A epidemia do novo coronavírus se disseminou pelo mundo desde o princípio de 2020 e arrasta-se até hoje em diversos países, causando uma grande instabilidade nas empresas em diversos setores. No Brasil, vários segmentos simplesmente pararam suas atividades, outras demitiram e há aquelas que reduziram seus quadros. Nesse cenário, a saúde do colaborador foi amplamente impactada dos pontos de vista físico e emocional.
Para as empresas, os últimos meses ampliaram um desafio que já existe há muito tempo: o do gerenciamento dos custos de saúde de seus colaboradores. Equipes de RH reveem os custos com a saúde do colaborador, considerando os orçamentos, as despesas e seus resultados financeiros. Ainda em 2020, a pesquisa Covid-19: Impacto nos Negócios e Benefícios, da Willis Towers Watson revelou que 60% das empresas brasileiras estimam algum aumento dos custos com os sistemas de saúde em função do coronavírus.
A preocupação das empresas, claro, é o acúmulo de sinistros dos planos em 2021, uma vez que ano passado muitas delas registraram redução geral de frequência dos sinistros médicos em função da postergação de procedimentos e atendimentos eletivos pelas operadoras e usuários dos planos. “O atendimento aos pacientes com covid ganhou as alas e os leitos hospitalares”, diz Daniel Fontes, diretor da Adapta Gestão de Benefícios.
O executivo da Adapta lembra que a maioria dos desenhos de atendimentos médicos/hospitalares da saúde suplementar sofreu alterações. Como exemplo, segundo ele, hospitais mudaram suas estruturas para atender os casos de covid-19. Assim, saúde do colaborador foi, obviamente, impactada, pois tratamentos médicos foram postergados, bem como foram geradas outras ocorrências de saúde decorrentes da manutenção das pessoas em suas casas com um nível alto de tensão/medo.
Esses fatos geraram uma demanda de saúde reprimida, que decorre da abertura gradual das atividades e vem sendo acolhida pelos sistemas de saúde que sentem a alteração do perfil das ocorrências e, principalmente, o aumento da utilização tanto na frequência quanto no tempo de permanência, que é maior do que normalmente se percebia. Assim, há uma grande preocupação com o que vem por aí com os custos da saúde do colaborador. “Passou-se a viver em um ambiente de tensão e medo com o covid-19 e o resultado disso na área da saúde ainda é obscuro”, afirma Daniel.
Intervenção “cirúrgica” no apoio à saúde do colaborador
Com um escopo de serviços exclusivos, mais uma equipe de atendimento preparada no ambiente legal e com expertise no acolhimento ao cliente, a Adapta promove desde o início da pandemia o acesso total dos colaboradores aos sistemas de saúde contratados pelas empresas clientes. A preparação técnica da equipe e o know-how junto às companhias seguradoras é essencial para proporcionar o equilíbrio entre o acesso a saúde do colaborador e os custos da corporação, como revela Daniel Fontes.
É importante lembrar que toda e qualquer empresa, por menor que seja, pode se preparar para acomodar (custo) o plano de saúde em seus benefícios, pois existem produtos para todos os budgets. Em um país onde a saúde pública se apresenta em muitas vezes precária, é de suma importância a empresa criar facilidades ao acesso a saúde suplementar, pois colaboradores saudáveis são felizes, mais produtivos e geram vínculos mais fortes com as empresas.
Em uma pequena empresa, somente com dois sócios, por exemplo, é possível incluir empregados e seus dependentes a um custo acessível mensalmente. E o que é melhor: quanto mais se adiciona funcionários, mais o valor da contribuição individual mensal cai.
“Mas o empresário habitualmente fica com medo de entrar nesse ambiente mais sofisticado, fica preocupado se vai conseguir pagar, se as regras sindicais encaram o benefício, depois de algum tempo, como direito adquirido. Precisa-se desmitificar esses folclores. Chamo isso de passo de amadurecimento e profissionalismo da pequena empresa”, diz Daniel.
Mais colaboradores com plano de saúde
Os planos de saúde ganharam a adesão de 1 milhão de beneficiários durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil, como aponta levantamento da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) a partir de dados disponibilizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. Segundo a FenaSaúde, os planos têm, atualmente, 48 milhões de beneficiários, o maior número desde setembro de 2016.
O aumento foi maior nos planos coletivos empresariais, que cresceram 2,48%. A adesão dos idosos nesses planos foi ainda maior, com uma expansão de 3,8% de pessoas com mais de 59 anos. Na faixa abaixo dessa idade, o aumento ficou em 2,36%. A FenaSaúde aponta não só os gastos elevados durante a pandemia, mas um aumento geral de custos de R$ 31 bilhões nos últimos três anos.
Poucas empresas renegociam contratos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Serviço Social da Indústria (SESI) também promoveram uma pesquisa qualitativa sobre os impactos da pandemia de Covid-19 na gestão de saúde do setor da indústria. O estudo foi realizado entre novembro e dezembro de 2020 com 200 gestores de empresas contratantes de planos de saúde, sendo 55% de pequeno porte, 25% médias e 20% grandes indústrias. Foi constada que, apesar da crise econômica, apenas 13% das empresas renegociaram contratos com as operadoras de planos de saúde para tentar reduzir ou conter os valores pagos pelos serviços médicos demonstrando a resiliência empresarial.
“Uma boa negociação do plano de saúde, inclusive para as pequenas e médias empresas, é plenamente possível, mesmo diante de operadoras multinacionais, principalmente se as empresas possuírem uma corretora de seguros ou consultoria de benefícios especializada”, diz Daniel Fontes.