No ano marcado pela pandemia, a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez devido a transtornos mentais e comportamentais, como apontou matéria do jornal O Globo, bateu recorde em 2020, somando 576,6 mil afastamentos, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho — uma alta de 26% em relação ao registrado em 2019. O aumento indica o efeito da crise do coronavírus sobre a saúde mental dos trabalhadores, na avaliação de especialistas. No período, também, cresceu o número de trabalhadores que buscam mais psicólogos e psiquiatras, como constata a Adapta Gestão de Benefícios.
A procura por atendimento na rede municipal por psicólogos e psquiatras de São Paulo aumentou 116% em um ano, em meio à pandemia de covid-19. O número de atendimentos nos 95 endereços dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da capital mais que dobrou: passou de 24 mil em setembro de 2019 para 52 mil em outubro de 2020. Nos consultórios particulares o movimento também aumentou. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) entre os meses de agosto e novembro identificou que houve um aumento de 82% no número de novos casos de transtornos mentais.
Segundo a empresa de consultoria em recursos humanos Mercer Marsh Benefícios, o número de empresas brasileiras que buscam serviços de psicólogos e psiquiatras para seus trabalhadores passou de 2,2 milhões, antes da pandemia, para 8,1 milhões, após a covid-19. O número de consultas também cresceu de 6 mil para 14 mil no mesmo período. Além de ansiedade, depressão e síndrome do pânico, entraram no ranking de consultas problemas de adaptação ao home office, incertezas sobre o futuro e questões relacionadas a morte e luto.
Psicólogos e psiquiatras para controlar estresse e ansiedade
Os trabalhadores que buscam psicólogos e psiquiatras estão com os níveis de ansiedade e estresse muito grande, como aponta Maria Edinéia Pereira dos Santos, com formação acadêmica em Assistência Social e atua como agente de Atendimento da Adapta. “Estamos dentro de uma pandemia ainda. Comparativamente, temos uma maior busca por psicólogos e psiquiatras desde que passamos a conviver com o covid-19. Os pedidos praticamente dobraram”, alerta.
Edinéia lembra que, como primeiro atendimento do usuário que habitualmente é funcionário de uma empresa, acaba por também fazer o papel de psicóloga. “No princípio da pandemia muita gente ligava para desabafar, com medo de perder emprego e parentes, por isso aumentou a demanda por psicólogos e psiquiatras”, recorda-se. “A técnica em assistência social e principalmente empatia nesse momento é fundamental”, completa.
Como ponta do atendimento ao usuário na Adapta, Edinéia é quem literalmente faz a solicitação, seja ela qual for, ter seu prosseguimento junto a operadora do plano de saúde. “A empresa contrata um plano de saúde e muitas vezes o colaborador não conhece o que ele oferece. Meu trabalho é estudar o produto, ver o que o cliente tem de direito e fazê-lo funcionar”, diz ela.
Agilidade no atendimento com psicólogos e psiquiatras
Segundo Edinéia, a pandemia mexeu com pilares emocionais relevantes para o ser humano, por isso a maior demanda de colaboradores e dependentes por psicólogos e psiquiatras. “Ninguém quer ficar doente e ninguém quer perder emprego. A cabeça do colaborador fica a mil por hora. O período mais crítico da pandemia foi bastante desafiador, inclusive para as próprias operadoras, que tiveram que se readequar. Em casos que se resolviam em um dia, passaram a ser feitos em cinco dias”, lembra. “Agora estamos voltando à normalidade, chegando ao ponto de equilíbrio”, completa.
Edinéia faz, em média, 40 atendimentos por dia, com serviços que vão de simples dúvidas sobre planos de saúde e odontológicos a agendamentos de consultas, exames e cirurgias. Ela também inclui em seu trabalho a pesquisa da rede credenciada e faz reembolsos e atendimentos de emergência. “Tem cliente, por exemplo, que precisa fazer uma endoscopia e o laboratório informa o prazo de três meses. A Agência Nacional de Saúde (ANS) determina que o prazo máximo é de dez dias úteis. Simples, esses três meses se tornam, obrigatoriamente, dez dias. Mas as pessoas não sabem desses detalhes e fazemos acontecer”, comenta.
Cirurgia em trabalhador liberado em um dia
Por isso, lembra Edinéia, o trabalho de suporte oferecido pela consultoria de gestão de benefícios é de extrema importância. Recentemente, a Adapta, por exemplo, conseguiu liberar uma cirurgia nasal de um trabalhador de uma empresa cliente, cujo prazo inicial era de 21 dias úteis. “Vimos que era uma cirurgia de urgência, pois o ele havia contraído uma bactéria hospitalar e precisava de um procedimento de correção”, diz a coordenadora.
O pedido foi feito em uma sexta-feira e a cirurgia ocorreu na segunda. Para que tudo desse certo, à Adapta coube intermediar com a operadora do plano de saúde, o hospital e o médico responsável pela cirurgia. Tudo isso sem qualquer ônus para o cliente empresa e usuário. “Só precisamos entender o problema do paciente, analisar o histórico do cliente e negociar com os agentes (operadora e prestadores médicos e hospitais). Orientamos o caminho e como os casos são avaliados em conjunto com o cliente, em conjunto, ainda reduzimos a sinistralidade”, diz.