Retorno sobre investimento (ROI) é uma métrica bastante importante na gestão de negócios. Na área de recursos humanos, por exemplo, calcular o ROI de benefícios é uma tarefa essencial para a empresa identificar se as estratégias adotadas têm gerado os resultados esperados ou não.
Nesse sentido, ter uma base de dados confiável para medir o antes e o depois das ações tomadas é um fator fundamental para fazer uma análise criteriosa dos resultados dos investimentos. Enquanto no setor de vendas essa tarefa é algo mais fácil — já que envolve basicamente as receitas obtidas com o faturamento de produtos ou serviços —, no departamento de gestão de pessoas o cálculo envolve variáveis diferentes.
O que é o ROI?
Retorno sobre investimento (ROI) é uma métrica que serve para apontar o quanto uma organização ganhou ou perdeu em relação a uma quantia de dinheiro aplicada em determinada iniciativa. Em termos práticos, uma empresa pode saber o lucro ou o prejuízo para cada real investido em determinado período. Com isso, ela pode avaliar se a ação tomada valeu a pena ou se houve desperdício de recursos.
O ROI é uma métrica bastante útil para programar o orçamento de um negócio como um todo ou de apenas um departamento. Em geral, o retorno sobre investimento pode ser calculado por meio da seguinte fórmula:
(Receita – custo do investimento / custo do investimento) x 100
Vamos supor que uma empresa investiu R$ 5 mil em publicidade para divulgar o lançamento de determinado produto na internet. Depois de realizados os anúncios, a receita obtida foi de R$ 35 mil.
Pela aplicação da fórmula, temos (35 mil – 5 mil / 5 mil) x 100 = 600%. Assim, para cada 1 real investido em publicidade, a empresa gerou 6 reais.
Por que calcular o ROI no RH da empresa
A área de recursos humanos é estratégica para uma empresa, pois impacta praticamente todos os setores do negócio. Ainda assim, nem sempre o esforço desenvolvido pelo setor de RH é recompensado pela alta direção da organização, justamente pela falta de mensuração dos resultados obtidos.
Ao passar a medir o efeito das iniciativas realizadas na empresa, a área de gestão de pessoas não só produz subsídios para tomadas de decisões futuras como também ganha condições de demonstrar a relevância das ações executadas pelo setor.
É bem verdade que nem sempre calcular o ROI de benefícios ofertados é uma tarefa fácil. Afinal, mensurar os resultados dessas iniciativas requer uma coleta frequente de dados, de modo a se evidenciar o antes e o depois das ações.
Para saber se um treinamento para a equipe surtiu o efeito esperado, por exemplo, é necessário medir o desempenho anterior à capacitação e o posterior.
Calcule o ROI de benefícios flexíveis
Calcular o ROI de benefícios flexíveis é importante para que o setor de recursos humanos avalie o impacto individualizado de cada iniciativa. Como esse tipo de benefício pode ser escolhido pelo colaborador, faz-se necessário mensurar o efeito das ações na produtividade e nos resultados financeiros da empresa.
No entanto, é importante destacar que nem sempre se consegue identificar corretamente o impacto da “receita” do investimento. Na verdade, por vezes o ganho da empresa se mostra justamente na redução de uma perda, como quando um benefício contribui para a diminuição do absenteísmo e do turnover.
Em outros casos, o aumento da produtividade reduz o chamado “presenteísmo”, que é a situação de quando o colaborador bate ponto na empresa, mas está mentalmente distante, não gerando o desempenho esperado.
Via de regra, utiliza-se a fórmula padrão do retorno sobre investimento para calcular o ROI de benefícios flexíveis. A diferença principal em relação àquele jeito de calcular é que será necessário definir um indicador para substituir as receitas, quando essas não puderem ser facilmente identificadas.
Para tanto, é preciso ter um panorama da situação anterior ao investimento para poder compará-lo ao resultado obtido. A empresa pode monitorar o número de faltas dos funcionários e, inicialmente, calcular o custo da ausência dos profissionais, por exemplo.
Por vezes, pode ocorrer de esse custo variar de um departamento para outro. Logo, o ideal é ter uma espécie de planilha com os valores para cada setor ou um custo médio. Em seguida, a organização deve mensurar se houve ou não redução do número de faltas devido à oferta de plano de saúde, por exemplo. Mais tarde, a quantidade de ausências diminuídas deve ser multiplicada pelo custo de cada falta para se obter o “ganho” da empresa — que, nesse caso, ocorrerá devido à redução de uma perda.
Vale mencionar que o tempo para notar o efeito do investimento pode mudar conforme o tipo de benefício oferecido. Por isso mesmo, o setor de RH deve cuidar para que as métricas analisadas estejam corretamente correlacionadas, evitando distorções nas avaliações.
O cálculo do benefício de bem-estar financeiro da Magnetis é feito pela seguinte fórmula:
ROI = (redução de custo – investimento total) / investimento total
Para chegar a um valor mensurável, o detalhamento do cálculo inclui outras fórmulas, como a do custo total com estresse financeiro — que inclui os perfis de colaboradores “Insolvente”, “Gerenciador de Dívidas” e “Pagador de Contas”. (Por Andressa Siqueira, formada em Economia pela PUC-SP, especialista em investimentos na Magnetis desde 2019).